Perda
Aprendemos tantas coisas ao longo de nossas vidas, nos habituamos com coisas boas e ruins e a partir desse aprendizado fazemos nossas escolhas, seguimos nossos caminhos, nos envolvemos, conhecemos quem nos rodeia e milhares de sentimentos afloram naturalmente no meio de tudo isso.
Sentimentos bons como amor, fraternidade, carinho, respeito, admiração, ajudam-nos construir uma imagem de sentimentos da figura de quem temos, de quem queremos, e essa figura, formada a partir do que sentimos vai muito além do que é fisicamente. Um amálgama de sentimentos, forma, atitudes que não escolhe parentesco, cor, raça ou qualquer tipo de orientação.
Envolvemos-nos de uma maneira tal que conseguimos conviver com o todo, o bom o mau, os conflitos, aceitamos do modo que é, tentando de uma forma natural certos ajustes em comum acordo, tudo se torna tão rotineiro que nos esquecemos da importância das nossas relações, da força que existe nestes vínculos invisíveis que cultivamos ao longo das nossas vidas, bem como, da generosidade e de todo altruísmo necessário para manutenção desse afeto incondicional. Importante ressaltar tudo isso, pois, é desesperador pensar que por toda essa naturalidade existente, adormeçamos a importância de todas essas relações, onde, em alguns momentos só consigamos enxergar na perda.
Perda, tudo que não conseguimos nunca aprender, perder, ao menos penso assim, conseguimos até conviver, deixar de lado, esquecer, negar, mas não creio que de fato aprendamos a perder. Me pego aturdido com essa possibilidade, e realmente não sei o que fazer. Perdemos todos os dias, amores, amigos, colegas, fatos, trabalhos, gentilezas, perdemos o pôr e ou nascer do sol, esquecemos o simples, deixamos de nos tocar, de nos importar, deixamos de nos expressar, vamos deixando e nesse ritmo o que nos resta, além de esperar uma perda maior?
Tenho medo, principalmente das perdas inevitáveis, não falo de fracassos, mas sim do caminho inevitável, não falo por mim, mas pelos que me circundam, tenho medo, e sei que nunca estarei preparado.
Sérgio Pereira,
Caruaru, 15 de novembro de 2010
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