A Little Bit Drunk


Eu queria uma música que me fizesse melhor, muito melhor, algo que traduzisse o que sou, quem sou e como sou, de um modo cru e doce, cheio de extremos, de contrastes, como  na vida, algo que me mostrasse o que eu procurei o que encontrei, falasse das minhas desilusões, ilusões e realizações, passasse pelos amores, sabores e dissabores, mas tudo bem, não será possível, uma música apenas não conseguiria traduzir uma vida, uma pessoa.
Quem sabe um poema, que mostrasse os dias ruins, os dia bons, as fugas e os encontros, batalhas vencidas e perdidas, tudo de forma lírica, poética, com drama e romance,  e um certo jogo de rimas, meio Bilac por mais que uns achem chato.
                Ouvindo rock, sentindo o torpor do álcool, no meio de todo esse inferno que chamo de vida, posso definir como doce e sublime.
Hey  oh! Listen what a say hoooooooooooo! Sem muito sentido, ou com todo sentido, apenas sentir a música, deixar fluir, pensar nos amigos, nas possibilidades, olhar para trás e perceber um mix de tudo, do bom ao ruim, olhar para frente e numa atitude rock acreditar piamente que tudo é possível.
Lembro de quando tinha 15 anos, estava na praia em  Pau-amarelo e nesse dia a atitude mais rock que tive foi assistir ao show do Red Hot Chili Peppers, apenas ali, sozinho sentando na sala, curtindo a sozinho aquele lindo show do hollywood rock em 1991, a vida por mais que achasse complicada era tão mais simples naquela época, se bem, que se me ocorre esse pensamento agora, dentro de uns 5 anos no mínimo deverei pensar o mesmo sobre o momento que passo?
A vida não pode ser apenas uma tortura, regada com efêmeros momentos de prazer, pode?

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