Falta de compartilhar, dizendo desta maneira, parece até que não tenho com quem, mas não é o caso, falo nesta hora daquele compartilhar tipo de travesseiro, mesmo que para tanto, o travesseiro não precise existir,  seria apenas uma figura de linguagem para falar de um compartilhar mais intimo e extremamente recíproco, que acontece a dois, quando ambos de livre, espontânea e natural vontade, abrem-se num construir e apoiar de idéias e ideais.
                Nesse mar que se forma, navega-se por sonhos, desejos, desabafos, amores, ódios. Na rotina de um dia, de um mês, de uma vida passada ou almejada, por vezes pode ser acometido de alguma tempestade, desentendimento, frustração, mas se trata apenas de um momento, para falar e ouvir, de uma forma nua, sem hora para acabar nem seção para pagar.
                Dias intensos! Repleto de lucubrações, mas continuo sem saber o motivo das tais, cansado de verdades absolutas, com pouca tolerância pra ser estratégico, principalmente com quem não gosto, mas preciso conviver.

Ricardo Pereira,
Recife,  27 de outubro de 2011, 21:15

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