Luto, subterfúgio, passagem
São tantos os lutos que passamos ao longo da vida, olho para trás e reparo em todos os que passei, e quão importantes foram em minha vida, dos mais diversos: coisas, pessoas, lugares, significados, sabores, até memórias.
Uma dor que se repete, uma dor inevitável, a perda, a ausência do que queremos, do que buscamos e achamos encontrar, do que tinhamos e se foi, de tudo que é nosso, ou que acreditamos ser e nao é mais, pois de fato talvez nunca tenha sido.
A vida e seu milindres, suas particularidades, que tornam tudo tão diferente aos olhos de cada um, mas como transcender desse estado, quais subterfúgios podemos utilizar nesse caminho, que tem um tempo tão próprio? Realmente como em tudo que se trata da vida, não há uma formula ou uma resposta certa, tudo tem várias possibilidades e alternativas, de acordo com cada um.
Logo, de fato, só posso falar do que já experimentei, do que uso e pratico: amigos, livros, trabalho, vinho, amigos, família, sexo, corrida. Sim, são coisas distintas, talvez não funcione para tantos, mas são estas as veredas que percorro em maior ou menor intencidade, e a coisa fundamental, aceitar, quando se aceita tudo fica mais facil, mais leve, como um balsamos sobre a ferida em cicatrização.
Então, se pega todas as pequenas coisas que possam trazer alegria e vai se costurando um novo retalho, para remendar aquela ausência, são muitos quadradinhos, pontos justos, até que o remendo faça a ausência ser apenas a lembrança que deve ser, e quando tudo estiver ajustado, já não haverá mais dor, apenas a lembrança de que um dia foi.
E sim, ficará marcado para sempre,será um cicatriz de passagem, que talvez te traga orgulho ou desapontamento, mas que se passou, tenha certeza, fez com que aprendesse algo.
Ricardo Pereira
Recife, 15 de fevereiro de 2014, 14:31
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