O novo nunca existiu
Uma repetição atrás da outra, olho em volta e vejo repetições do que já vivi em outros grupos, na forma das relações, na música que se ouve, no intusiasmo por tudo, do mesmo modo que me sinto repetir o que outrora outros ja viveram. Fragmentos de vida, de atitudes, de pensamentos, soltos numa teia, que vamos costurando numa grande couxa de retalhos, que faz com que a repetição tenha uma cara aperfeiçoada, ou mais contemporânea, porém, não perdendo os ares de repetição.
Somos um grande caderno de cópias, so muda a caligrafia e o ritimo do enredo de cada um, alguns conseguem pular páginas, apagar algumas linhas, mas não sinto que se consiga começar tudo realmente novo, como se nada antes houvesse.
O novo nunca existiu, o novo é uma ilusão que criamos para sabotar a rotina, para nos sentirmos renovados, diferentes, esperançosos. Parece pessimismo pensar assim, e também pode ser um grande equívoco tudo dito, mas prefiro o questionamento a inercia do pensar. Antagônico a tudo, gosto de brincar de tudo novo de novo, gosto de tentar quebrar um padrão, mesmo isso não seja tão novo, como um todo, e sim apenas para mim, naquela fração de tempo que o novomou a ilusão dele existiu.
Ricardo Pereira,
Recife, 01 de maio de 2014, 22:02
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