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Conhecemos realmente quem está conosco, a quem nos entregamos, será que existe uma constância no ser que nos permita ter certeza?
Conhecemos alguém, e de alguma forma ,ao meu ver, meio sem uma linha lógica resolvemos nos entregar, penso que para maioria das pessoas isso não é um ato estratégico ou planejado, acontece de uma maneira natural e quando nos damos conta estamos envolvidos.
Começa ai as trocas de mundo, no qual o posicionamento das duas partes é fundamental, nesse instante também as opiniões pessoais dos mais próximos provavelmente irão permear os ouvidos envolvidos. Concessões, ajustes, trocas, tornam o processo de acoplagem dos dois mundos possivelmente mais fácil, abrimos nossa vida e cremos que o outro está fazendo o mesmo. Poderemos entrar demais no mundo do outro e visse versa, ou simplesmente podemos ficar no nosso sem ver o outro, mas o bom mesmo é quando há uma igualdade no conhecer, quando os dois se permitem somar, coisa que vejo meio como rara nas minhas experiências pessoais e alheias.
Existirão situações de harmonia e desigualdade, não existe uma formula, ficamos a margem do acerto ou do engano certo,ou ainda, do engano futuro, aquele que só se saberá quando tudo acabar. Penso em tudo isso e a única conclusão que chego é que em todo esse processo de envolvimento temos que ficar atentos à igualdade, a troca mutua, por mais cegos que fiquemos no meio da paixão, esse olhar de fora pode ser uma tábua de salvação.
Lembro da complicação que é aceitar situações que vemos tão obvias, mas no meio do processo negamos pela simples esperança de que vai mudar, quando nos damos sem nada de volta e concedemos sem concessões, vamos de certa forma lutando sozinhos por aquilo que queremos, nos vendamos de propósito usando a esperança como justificativa. Deixamos o outro numa posição confortável e nem se quer nos importamos em demonstrar o nosso desconforto e quando demonstramos acabamos meio que cedendo, pois, algo maior está em jogo: o nosso desejo de dois.
Se não há empatia nem igualdade as chances de dar certo são mínimas, quando as diferenças são gigantescas, idem, mas como bons humanos que somos insistimos e às vezes tudo pode dar certo, isso é o bom da vida: a surpresa. Eu e minhas tendências fatalistas, porém, é como a vida tem me ensinado a enxergar até então, mesmo com essa visão não creio que esteja vacinado,
Nos resta apenas escolher: crer, desistir, seguir, aprender, penso que esta ultima seja a mais sábia das escolhas, fiquemos então atentos aos sinais, lutemos para não negá-los, saibamos conversar sobre, pois se isso não for possível, será que vale realmente a pena?
Se não há uma igualdade nas concessões no dar, leia-se: PERIGO!
Sérgio Pereira
Caruaru, 24 de outubro de 2010, 23:05.
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