Pensando em relações




Vamos pensar em relações em todos os níveis, sejam profissionais, fraternas, familiares, amorosas, casuais, todas têm intrínsecas ao menos no meu olhar uma troca natural de sentimentos, razões, desejos, como organismos codependentes que se mantém, onde um se alimenta do outro, mas quando penso codependência não sinto como algo ruim, pelo contrário, compreendo como um acordo silencioso de troca natural.
                Intenso, com um ritmo peculiar aos estágios de nascimento, crescimento, vida adulta, desvanecer, morte, podendo de alguma forma pular ou excluir alguns destes estágios. Alguns podem durar menos do que se espera e ao mesmo tempo ter uma força que dura para sempre, mesmo que em lembranças, outros podem durar anos e serem esquecidos junto com o fim, mas penso que exista um dinâmica uma ordem, um padrão que se repete e que acabamos de alguma forma trançando como nossa referência, sem que para tanto seja necessário que tenhamos racionalizado, apenas acontece.
                No meio desse ritual de relações além do desejo recíproco uma das capacidades que percebo como fundamental, é o compromisso, caso realmente exista desencadeará uma ordem de prioridades que será essencial para o desenrolar da relação.
                Mas, como saber se o ritmo, quando sendo diferente das suas referências, está correto, já que nada é igual, nem exatamente concreto? Como saber se vale a pena investir ou desistir?
                A única solução que me ocorre é que precisamos nos priorizar para só então priorizar o outro, também não consigo achar que seja tão simples como escrevo, pois quando se está envolvido as decisões ganham um peso que de alguma forma nos impede de agir, para além, da completa falta de certeza do que se é correto, ou o melhor a fazer.
                Nasce assim uma dúvida, uma dicotomia entre o que se tem e o que se quer, os medos aparecem e ficam  rondando.

Seguir, parar ou apenas mudar de rota
Você já deve ter usado alguém
Também já deve ter sido usado por alguém
Sentimentos diferentes,
Antônimos
Indistintamente ricos
Capazes de reações inesperadas
Você já deve ter duvidado
Deve ter gerado dúvida
Você já priorizou
Também foi priorizado
Você já foi posto de lado
E praticou o contrário em algum momento
Você já cometeu vários sinônimos
E outros tantos antônimos
Correu riscos
Machucou, machucou-se
Você já sabe tanto
E ainda teme?

Ricardo Pereira,
Recife, 5 de maio de 2011, 23:00

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