Um sonho, um sentimento, uma expressão...


De repente eu estava na água, na água do mar, próximo a margem, senti o sal e um chacoalhar de ondas calmas, quase como numa lagoa com um vento forte, era noite e focos de luz me rodeavam, mergulhei meu rosto vi pequenos peixes e uma areia branca sob o facho de luz que vinha do alto, olhei ao redor e vários pontos estavam iluminados,  de uma fonte que não sei explicar, apenas estavam.
 A água fora destes focos era turva, escura, mas não por estar suja ou enlameada e sim por falta de luz, era a escuridão da noite, a ausência da claridade. Não senti medo, a temperatura estava tão agradável, fiquei mergulhando, vendo os peixes, indo de um canto a outro, percorrendo os focos de luz que não entendia. Estranhamente eu estava sentado na água, como se houvesse algo sob mim, mas nada havia, parei um tempo e olhei ao redor, tentando perceber o ambiente, quando meus olhos se acostumaram vi tudo numa penumbra marrom, bem escuro, como se tudo estivesse em sépia. Atrás de mim um pouco a direita estava a praia, cercada por uma serra, a minha frente duas montanhas no meio do mar, lembrou-me Fernando de Noronha o morro dois irmãos.
Eu estava completamente só, não havia som, apenas eu, aquela temperatura gostosa uma Bahia que se abria para dois morros no meio do mar e feixes de luz, próximos a praia, de repente eu nado até uma lateral de praia, não há cansaço, apenas um sentimento de conforte e calmaria, encontro dois amigos que são irmãos, nós sorrimos, trocamos algumas palavras que não lembro ao certo e eu acordo.
Passei todo o dia lembrando o sonho, como se fosse necessário encontrar algum sentido para a nitidez, para tantos detalhes, gostaria que houvesse um por quê.
Para, além disso, hoje relembrei uma sensação que não gosto, que há algum tempo não sentia: um misto de ansiedade com incerteza, que sempre me remete a uma tristeza que se segura ao medo do não saber, do não prever, da dúvida.
Estamos sós
Em águas mornas
Acalentados pelos braços de Deus
Que nem sempre sentimos
Ou que nunca sentimos
Todos os nossos medos cessarão

Renasceremos mais uma vez
Como num tratamento circunstancial
E tudo será novo de novo

Um novo começo
Mesmo sem lembrar
Tentaremos não falhar
Em amar
Em doar
Em viver.

Ricardo Pereira.
Recife, 26 de setembro de 2011, 20:26

http://www.youtube.com/watch?v=br2s0xJyFEM&feature=player_embedded

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