O que se vê e o que é visto


De repente,
Nada se via,
Havia apenas uma nuvem,
Cinza, que não era de poeira
Nem de nada.

Uma parede etérea
Opaca, que a luz rebatia
Emergiu no meio, na cegueira
Do ver e do objeto que se devera ver,
Talvez, sempre tenha estado lá,
Crescendo, ganhando massa,
Densidade, corpo.
De forma invisível,
Se estabelecendo.

Fruto de percepções erradas,
Linguagens inapropriadas,
Referências trocadas.

Ofuscou,
Inibiu,
Cegou.

Haverá cura?

Ricardo Pereira,
Recife, 08 de janeiro de 2012, 00:01

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