Eremitando
Eremitando,
tenho conjugado esse verbo que nem existe, mas que se faz aqui. Sendo para mim
escolha não escolhida, absorvida, entranhada, como se natural, fosse, porém,
não é. Nasce das circunstâncias consequentes, das reações inerentes dessa vida,
que teimamos em chamar de moderna, mesmo que não seja.
Essa
conjugação é como virose, pois, por mais que não queria, percebo várias pessoas
com a mesma utilização, do verbo que não existe, uma disseminação em escala
cada vez maior. Vida Moderna?
Mas
ser “Eremita” tem outros vieses nos dias de hoje, pois há variações de solidão,
que permeiam o real, o virtual, e dentre estes, ainda haverá mais nuances, mais
níveis, bem como, várias formas de controlar o ser só, podendo ser de forma
química, imaginária, através de fuga ou de simples desculpas e do que mais se
poder inventar.
Ser
moderno, estar só, posso estar exagerando, mais vejo a dificuldade cada dia
maior das pessoas se encontrarem, mesmo todo mundo procurando, todos continuam
cego, bom, ao menos ao seguimento que vejo, ao meio que me circunda, posso
parecer preconceituoso, mas sinto que tal fato, está diretamente ligado a
intelectualidade e ao sucesso, e também penso em questões de gênero, como por
exemplo: mulheres de sucesso que têm um
dificuldade enorme em estar a dois.
As
situações são inúmeras, mas sim, penso que tudo tem haver com a escolha do dito
“estilo de vida moderno”, do valor que são dados as coisas, da educação
que recebemos e damos, e tudo que se
mistura nessa sopa, chamada vida.
Há
uma cultura do egoísmo que exclui, limita e restringe as relações, vivemos de
exclusão. Seria isso algo natural, seria uma seleção natural, é o futuro?
Minhas
especulações que não respondem nada, apenas ratificam o meu pensar e fortalecem a impressão do que vejo.
Excluir o diferente
Deixar os iguais
A vida fica chata
Mas tudo fica em paz
Fins que justificam meios
Minoria que manipula muitos
Eunucos de pensamento em massa
Esmagam tudo que não parece espelho.
Ricardo Pereira.
Recife, 30 de agosto de 2013, 23:31
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