Há uma falta
Um vazio de algo que amputei
Um membro fantasma que sinto sem que esteja mais lá
Há uma saudade
Que grita erro, mas não mostra acerto
Há uma quebra
De sonho, de desejo, de dois
Há uma constatação
Que me deixei enganar
Há uma tristeza
Que não sei parar
Há uma vontade
Que não tenho como aplacar
Há o tempo
Para esperar
Há uma ferida
Que ainda não parou de sangrar
Que lateja e dói sem parar
Há uma dúvida
Que sempre existirá
Há um silêncio
E nada mais.

Ricardo Pereira.
Recife, 27 de janeiro de 2014, 10:16

 

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