Minhas lembranças eternas
Sabe
quando se é atingido por uma sequência de memórias boas, de um tempo que foi,
de um tempo que não volta, de quando tudo foi tão bom que quando se olha para
trás, o que houve de ruim ou duvidoso, parece apenas ter existido para tornar
realmente tudo que houve especial, sim, como um contraste necessário para
garantir que certas cores e momentos, se
sobressaíssem.
Um
tempo que as risadas eram fluidas, que cabeças diversas e diferentes tinham um
pensamento compartilhado, um tempo onde dizer eu te amo era o verbo mais conjugado, uma fraternidade, que penso eu,
jamais tornarei a experimentar.
Olho
para essa eterna lembrança, e fisicamente, sinto, a energia que existia, a
força que nos envolvia, a festas programadas ou não, a comunhão nas mais diversas
horas, dionisíacas ou não. Lágrimas, risos, conversas sem fim, uma vontade pungente
por algo maior, um desejo pleno por ir além.
No
meio desse turbilhão de lembranças, onde de forma curiosa e seletiva meu pensar
se atém ao que significativamente foi bom, minha razão, como de costume
sussurra alguns antagonismo, que são irrelevantes.
Quero
a lembrança do Super-Mouse na praia de Tamandaré, do Hino da Bandeira, da
trilha sonora U2, de noites regadas a vinho, vodka, whisky, rum e alegria muita alegria, dos violões tocados, dos cantos
entoados, dos fondues degustados, dos pães amassados, do apartamento dividido,
do loft dos amigos, das universitárias morando juntas, do expresso 2222, do
diamantino, do bar da COHAB que não lembro o nome, de um fusca amarelo, do
lança perfume, Balança a Rolha, das descobertas, da aceitação, de tudo que faz
parte da construção do que sou hoje, do que serei amanhã.
Os caminhos mudaram, as escolhas
nos separaram, com a naturalidade que só a vida imprime, tudo mudou, tudo se
renovou, mas o que foi é imutável.
Guardo o que foi, tão bem
guardado, tão bem cuidado, que me permito vez por outra, abrir, olhar e sentir.
Obrigado.
Ricardo
Pereira,
Recife,
16 de julho de 2012, 23:17.
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