Impressões de Setembro
Sabe quando de repente, nasce um gostar enorme, dentro de si, e com
ele, medos, receios, e um sentimento de não crer, ocorrem concomitantes?
Escolho não ceder ao medo, sigo, e me deparo com um enorme gostar, cada dia
maior, e não ilusório como se fomentado numa imaginação, num sonho, apenas, se
fortalecendo dia a dia, em fragmentos reais, com qualidades e defeitos, com
aquelas características rotineiras que nos torna humanos, demasiado humanos.
Romper com o passado, ao menos, com o modo de como historicamente
comportamentos se repetiam, sinto esse fenômeno, uma mudança avassaladora, sem
garantias, praticamente um impulso, sim, há uma impulsividade, que por mais que
tente justificar, não se agarra a lógica nenhuma, porém, sendo apenas um
movimento que não posso negar como natural, que me faz seguir adiante, que me
rompe a razão, ou que se sobrepõem sobre esta, quase absoluta, deixando que a
razão seja apenas um eco que se perde no ar.
Um novo eu, uma nova permissão de mim, com algumas convicções
quebradas, desfeitas, postas em desuso, um novo olhar, que assume vontades
comuns que estavam escondidas, uma entrega espontânea de me perder num mundo
que não é meu e de apresentar meu mundo também.
Sinto uma vontade reciproca, que me alimenta e me acolhe, como um
vinculo que não se enxerga, mas que existe, que está lá, e por mais novo que
seja, numa intensidade de séculos, como se já houvesse antes de lá estar.
Vivo o hoje, meus pés não tocam o chão, mas o imagino sob mim, que o etéreo
se adense cada dia mais e se torne solido, e que cada amanhã tenha o sentimento
de hoje, esperança, desejo, carinho, respeito, ternura, dois.
Ricardo
Pereira.
Recife, 01
de outubro de 2013, 08:53.
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