Faz um tempo que não apareço por aqui e curiosamente não é por falta de relativizar, pensar, querer, é a ausência do fazer, do executar. Hoje caminhado pela praia de um dia cinza me veio disrupção na cabeça, uma necessidade de quebrar padrões, romper e junto com esse pensamento o sentimento de dificuldade, da dureza que é seguir pelo caminho fora da lógica que nos foi impelida. A normatização da vida que nos é ensinada desde feto, os padrões, a lógica das maiorias que por mais diferentão que você seja ou pense, permeará por caminhos regimentados em algum momento, adotará comportamentos de opressor ou fará mesmo que sem querer coisas que corroboram para a manutenção da harmonia, da ordem, do padrão, do pensamento coletivo cíclico e linear. Não é fácil! O importante é continuar tentando novos caminhos, novas formas, é não travar apenas porque se diz que é assim. Acabamos seguindo fluxos involuntários padronizados e isso se reflete em todos os níveis das nossas relações e interações s...
Minha bússola parece que sempre aponta para a direção errada, quero verdadeiramente acreditar nesta máxima, é tão mais fácil do que simplesmente reconhecer que eu não sei ler, analfabeto da rosa dos ventos, vou me perdendo, enveredando em novos caminhos, estradas límpidas, ensolaradas e umas escuras e úmidas. Cruzo com outros perdidos como eu e com outros tantos fixados e estabelecidos, sábios leitores das direções. E eu assim, perdido, mas uma vez, no meio dos achados, sem direção, ou sem vontade de seguir em mais uma vereda do labirinto, que cultivei, com a sabedoria que é própria dos que se perdem. Paira uma dúvida, qual será melhor: encontra r- se ou ser encontrado? Perdido e cansado de ser otimista, de ser feliz, racional, sereno, querendo cair um pouco, ser fraco, ir lá em baixo bem no fundo, vê se crio forças para seguir, para levantar, retornar a margem, a estrada, com forças para me perder novamente. Queria ser mais fácil, gostar de “ai se eu te pego” , fic...
Vinte horas e quinze minutos, mais ou menos por essa hora chego eu acompanhado de um amigo ao Museu da Casa de Farinha de Caruaru para assistir a um projeto musical chamado Duas Cantigas, concebido pelo músico caruaruense Valdir Santos. Antes de tudo começar vago pelo museu, observo fotos, artefatos, o ontem. Subo até o piso onde será realizado o projeto, vejo músicos em três níveis, diversos instrumentos percussivos, violões, um violoncelo, flauta doce, elementos que não são exatamente instrumentos, mas sinto que se tornarão. Com algumas pessoas já presentes, Valdir Santos abre a apresentação num bate papo descontraído, falando do que inspirou e motivou tudo aquilo, apresenta os parceiros e inicia o que seria uma grata surpresa para uma terça-feira rotineira. Arranjos criativos saltam-me aos ouvidos, numa mistura bem contemporânea de uma música brasileira, global, com nuances nordestino...
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