A estrada
Volto para o corpo, o vento incomoda e fecho os vidros, o som está muito alto num gesto automático abaixo, tento restabelecer certa ordem, ao menos ajustar ações e pensamentos. Sai completamente da rota, não sei exatamente onde estou o sol a pino brilha e aquece tremulando a vista. Paro o carro bruscamente no acostamento, sobe um pouco de poeira, abro a porta rapidamente e ando ao redor, olho para todos os lados, meu rosto reluz o calor do sol e o expressa em suor, enxugo com a mão, e com olhos mais franzidos busco me situar e perceber as direções. Volto para o carro, ligo o ar-condicionado, respiro, tento relaxar por uns instantes, sem pensar em mais nada além do prazer daquele vento frio, não se passou nem um minuto direito e a realidade grita o que eu já sei, ou melhor, o que eu não sei: Para onde estou indo, onde estou?
Minha respiração acelera, e uma sensação de estar perdido novamente se faz presente, lembro do celular, sem sinal, uma ansiedade uma aflição. Acordo! Tudo não passou de um sonho, olho ao lado e está você, plácido no seu profundo sono, uma sensação de tranqüilidade me invade, volto a me aconchegar, seu braço cai sobre mim, o sonho já se esquece, meus olhos pesam, adormeço.Sérgio Pereira,
Caruaru, 26 de setembro de 2010, 16:30
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