Pato Fu - Música de Brinquedo – Recife 10/09/2010

Estou sentado no teatro esperando para ver e ouvir o mais novo trabalho do Pato Fu, fui desprovido de qualquer expectativa, exceto de que seria bom. Tocou a ultima chamada, algumas pessoas chegavam outras se acomodavam em seus lugares, as luzes baixaram e a cortina vermelha abriu-se, no palco esculturas infláveis que lembravam o João Teimoso, mas sem desenhos,  eram todos brancos, pelo chão e suspensos ao ar, uma caixa gigante branca ao fundo no meio do palco e muitos, mais muitos instrumentos de brinquedo espalhados como num quarto de criança, na qual elas ainda não tivessem brincado.
                Entrou o Ricardo, seguido do restante do grupo, a platéia não se manifestou, eis que então, entrou ela, com seu jeitinho mineiro, vestindo azul e cinza, estampando no rosto um sorriso largo, todos se manifestaram - a voz do Pato Fu estava no palco. Eu, naquele exato momento, um pouco receoso de que todos aqueles brinquedos pudessem realmente fazer toda aquela proposta funcionar. Começo ouvir aqueles sons estranhamente infantis que ao unir-se a voz aveludada de Fernanda Takai, transformam Sonífera Ilha num desencadear de sorrisos involuntários por todos que a li estavam, uma atmosfera de inocência tomou conta de todos, criando um ambiente de flashbacks, de volta aos sentimentos primeiros, descobertas, imaginação, naturalidade e pureza.
                O coro está formado de cantores anônimos espalhados por toda a platéia que canta junto e sorrindo cada canção oferecida naquele momento lúdico, os brinquedos inanimados do inicio proporcionam novas experiências auditivas num misto nostálgico de lembrança e novidade, ursinhos de pelúcia, bateria, baixo, xilofones, telefones, apitos, galinhas, lousas, canetas, inúmeros brinquedos, todos juntos fazendo as mais belas músicas.
                John e Fernanda permeiam conversas entre uma música e outra. Sons são ouvidos sempre, mesmo quando não há música, dois bonecos que estão no centro do palco são ao mesmo tempo dançarinos e backing vocals, que fazem uma representação mágica da criança de cada um.  
                Feliz, é a palavra que melhor explícita a noite, infelizmente uma hora acabou, com direito a biz, a muitos aplausos e a uma platéia que não parou de sorrir em nenhum momento, o show acabou, fui embora e o show foi comigo.

Sérgio Pereira,
Caruaru, 14 de setembro de 2010, 16:40 

                 

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