Refração de um dia

                Sentado a cama, na companhia de alguns prazeres que tanto aprecio na vida: vinho e música. Minha mente flui sobre tantas coisas, sem se prender a nada de forma enfática, questões de hoje, ontem e de amanhã, tomo um gole – carménère, encorpado, redondo, tão aromático, sinto em cada parte da minha língua da minha boca. Penso em queijo e amigos para uma boa conversa.
                Sabe quando duas pessoas, sem saber de suas coexistências vêem um ao outro num mesmo momento. A vida e suas situações inusitadas! Séria uma coincidência ou uma peça do destino? Para tanto, preciso crer em coincidências ou em destino, mas sou indeciso quanto a crenças, existe uma volatilidade latente na minha maneira de crer e isso dificulta uma tentativa de poder explicar a situação.
                Adoraria que não houvesse em mim um desejo de explicação. Invejo! Sim é verdade, eu invejo as pessoas que vivem pelo sentir sem racionalizar. Na minha imaginação parece que tudo na vida de quem não racionaliza tanto, é tão mais simples e intenso,  os dramas e felicidades sempre exponencialmente ao cubo, enquanto nós os racionais, vivemos sem expoente, assim, parece que vivo meia vida enquanto sinto nos emocionais como se eles vivessem no mínimo a intensidade de 3 em uma só, certo, na questão da dor deve ser terrível, mas pense nisso em forma de felicidade, deve ser incrível.
                Hoje, sou apenas um satélite vagando no espaço, recebendo e enviando sinais e já sentindo a necessidade de me fixar numa transmissão.
Sérgio Pereira,
Caruaru, 14 de setembro de 2010, 22:04

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