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Prisão Esperança

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Ele se viu livremente preso Grades não escolhidas Talvez aceitas Ele poderia ir Mas continua Insiste numa esperança Livre, mas talvez burra Como se o verde não se tornasse seco E assim estagna Atrás dessa ilusão do possivelmente real Utópico, segue com pausas por esperança Sergio Pereira Recife, 12 de Agosto de 2018, 19:59

Disrupção

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Faz um tempo que não apareço por aqui e curiosamente não é por falta de relativizar, pensar, querer, é a ausência do fazer, do executar. Hoje caminhado pela praia de um dia cinza me veio disrupção na cabeça, uma necessidade de quebrar padrões, romper e junto com esse pensamento o sentimento de dificuldade, da dureza que é seguir pelo caminho fora da lógica que nos foi impelida. A normatização da vida que nos é ensinada desde feto, os padrões, a lógica das maiorias que por mais diferentão que você seja ou pense, permeará por caminhos regimentados em algum momento, adotará comportamentos de opressor ou fará mesmo que sem querer coisas que corroboram para a manutenção da harmonia, da ordem, do padrão, do pensamento coletivo cíclico e linear. Não é fácil! O importante é continuar tentando novos caminhos, novas formas, é não travar apenas porque se diz que é assim. Acabamos seguindo fluxos involuntários padronizados e isso se reflete em todos os níveis das nossas relações e interações s

O seu mundo é só seu

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O seu mundo é só seu Nele não cabe outro além dele O seu mundo é só seu Do momento agora Do verbo querer Do olho no umbigo No próprio O seu mundo é só seu Um futuro compartilhado de um olho só Um plano traçado, lugar para um E o resto que se encaixe O seu  mundo é só seu Não cabe o outro Não tem espaço Não há disposição Nem gosto Para somar outro O seu mundo é só seu Do seu desejo Do seu sonho Da sua vontade Do seu eu. Sérgio Pereira, Recife, 06 de junho de 2017, 22:49

Perdido na floresta

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Perdi-me na floresta, que entrei sem abrir caminho, sem jogar migalhas de pão, não fiz um mapa pra voltar. Uma floresta densa, que não se via o céu, apenas alguns raios de luz penetravam as copas frondosas de árvores gigantescas. Esqueci do azul do céu, esqueci o caminho para voltar, me deixei na sombra das árvores, contemplando apenas o que estava a vista, vivendo, ou melhor, sobrevivendo, como se tudo fosse suficiente, como se não houvesse na floresta, clareiras, serras, vales, rios, montanhas, fiquei apenas na parte densa, escura, úmida, me decompondo. Me desfiz no solo, num mesmo lugar, me sentido parte, mas sem vida, porém me concentrando num ponto, como uma semente, até que bateu dias de chuva, seguidos de raios de sol, e de repente como se rompe-se uma casca, senti algo sair, uma esperança, verde e pequena, germinou, dias, noites, orvalho, uma luta por mais sol, mais luz, fotossíntese, transformar o ar, sair de onde estava, movimentar. Crescer novamente, renascer, com uma

Sentir

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Sentir, sentir, por mim, por você,  por quem está longe, por quem está perto, por quem se foi e deixa uma ausência que não se preenche. Uma marca, uma cicatriz,  que fica num looping do tempo vivido, a cada piscada de lembrança,  como um membro fatasma de um  amputado, não está mais lá,  mas está. Sérgio Pereira, Recife, 13 de agosto de 2014, 23: 24

Coisas que tenho e sou

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Tenho por princípios não esperar Tenho a razão como lógica Quero objetividade,  como se natural ao mundo fosse Tenho minhas verdades, mas há um medo de convicções Vivo impulsos com lampejos de minhas razões Por vezes foi preciso voltar para por um ponto, um fim Me contradigo em expectativas, que a razão não muda Mas tenta abafar Inicio coisas sempre com esperança Tenho o pessimismo como prudência Mas padeço de um otimismo altista Que me faz projetar sonhos e nem sempre realizar Brinco de controle, sabendo que não existe Consigo rugir como um leão, mas sempre com um plano de evasão em mente Amo desafios, sempre os escolho,  mas reclamo quando os consigo Gosto de quase tudo, sigo correntezas Mas sei aportar e usar: motor, vela e o que for preciso pra mudar direções Tenho sentido um desejo enorme de algo que não tenho Já posso ter tido e talvez nunca terei E por vezes penso não existir Mas os anos me trouxeram ums fé ligada ao meu otimismo altista Que insiste em m

O tempo que se tem

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Tempo de escolhas minhas Tempo de não escolher ser escolhido Tempo de não ter tempo para os tempos de outros Tempo de ser só,  sem sentir-se sozinho Tempo de enxergar o que não era visto Tempo de crer, mesmo diante de tudo que ja foi visto Tempo de esperar, desejar e viver Tempo que para mim não será para você Tempo de encontros, de se perder Tempo de deixar o tempo ser o tempo que quer ser Tempo que não volta, nem  vai correr Tempo que não para Tempo que se acaba, que se perde Por escolha ou não escolher Tempo que ajuda e atrapalha Tempo que se arrasta Tempo que acaba Tempo que é morte Mas que não sabe se é fim. Sérgio Pereira, Recife, 14 de julho de 2014, 22:51