Disrupção

Faz um tempo que não apareço por aqui e curiosamente não é por falta de relativizar, pensar, querer, é a ausência do fazer, do executar. Hoje caminhado pela praia de um dia cinza me veio disrupção na cabeça, uma necessidade de quebrar padrões, romper e junto com esse pensamento o sentimento de dificuldade, da dureza que é seguir pelo caminho fora da lógica que nos foi impelida.

A normatização da vida que nos é ensinada desde feto, os padrões, a lógica das maiorias que por mais diferentão que você seja ou pense, permeará por caminhos regimentados em algum momento, adotará comportamentos de opressor ou fará mesmo que sem querer coisas que corroboram para a manutenção da harmonia, da ordem, do padrão, do pensamento coletivo cíclico e linear. Não é fácil! O importante é continuar tentando novos caminhos, novas formas, é não travar apenas porque se diz que é assim.

Acabamos seguindo fluxos involuntários padronizados e isso se reflete em todos os níveis das nossas relações e interações sociais, nossas significações, nossos símbolos,  referências, nossa formatação.

Hoje eu quis ver uma serie que atribui um valor, um significado e o mais louco é que não conseguir ver, pois ver rompe uma esperança, é ridículo se não fosse comigo e por mais racional que eu seja, não consegui romper com esse padrão que me infligi, que aprendi.

São muitas portas
Janelas
Caixas
Buracos
Becos, corredores
E areias
Movediças
Que te engolem

Há também
Portões e grades
todos vazados
para vermos além
Sem transpor
Torpor
Espectador
Dor
Da dúvida
Do poder
Tentar
Do talvez
Não conseguir

Tem uma fresta
De um muro grosso
Espesso
Uma luzinha, distante
Que quando olho
Arde
E bate
O coração
Sem razão
Bobo
Que acredita

Sérgio Pereira
Recife, 22 de abril de 2018, 20:32

Comentários

  1. Amigo, é tão difícil ver esse padrão qdo se está dentro dele. É preciso estar muito atento... A forma mais fácil éva que escolhi: romper com tudo o que é familiar e se reconstruir sem expectativas... É bem mais fácil do que lidar com os padrões diários dab rotina, relações e padrões. Mas não é impossível. E o incômodo é só o primeiro passo.

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