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Mostrando postagens de setembro, 2010

Brincando de sonho

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                Nesse momento tudo que quero é o tangível, algo concreto e possível, que venha por bem e para o bem, quero um horizonte de possíveis certezas, quero o alento de um toque singelo, quero conter e ser contido.                  Neste momento eu quero você que não sei quem é nem onde está! Sim é verdade, eu quero algo perfeito que nem na minha imaginação está acabado, mas o quero concreto, de carne, osso e sangue e pra perfeição, terá defeitos e manias, porém, tudo com respeito.                 Nesse momento, uma mão um alento, conversa de travesseiro, risada, carinho, tudo num cantinho, que deve ser meu, seu, nosso. Deve ser a febre, um surto ou apenas um brincar de sonho. Sérgio Pereira.  Caruaru, 30 de setembro de 2010, 23:28

Te amar não foi a coisa certa a fazer?

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               Te amar não foi a coisa a certa? Entreguei uma vida por você, sonhos, desejos, a aspiração de futuro. Quantas promessas feitas, quantos discurso s inúteis, olho para trás e vejo que jamais sentirei o que senti, jamais viverei algo parecido com o que tive. Não sei voltar, não acho possível, não consigo, não e de mim.                 Juntos, éramos perfeitos, me sentia pleno, mesmo nas minhas falhas, um complemento harmônico do que sonhei pleno, mas algo aconteceu conosco, algo que não sei explicar, você sabe, você me fez chorar e sei que fiz o mesmo com você, feridas se abriram, conseguimos sarar, com tudo, as marcas ficaram. Ao longo dos anos alguns fatos foram recorrentes e novas marcas se estabeleceram.  – Como dói ter esta certeza!                 Certeza esta que me faz questionar se não poderia tudo ter sido diferente, mas não foi não há mais nada a fazer, o tempo passou não tenho como voltar. – Quem se importa? – Será que você se importaria?                 Tantas

A nova família

                O sangue que corre nas minhas veias, um símbolo dos laços que unem e ligam uma família, aprendi que devo: amar e proteger o sangue do meu sangue. Fui tão bombardeado deste tipo de educação, acreditei nela por tanto tempo que mesmo já conseguindo questionar, ainda não me sinto livre de todo, se é que exista uma liberdade para.                 A idéia de família mudou muito em mim ao longo da minha curta vida, já tive momentos radicais que beiravam a negação e outros que desejavam uma sustentação dela por ela. Como tudo que vai aos extremos, penso que cheguei ao equilíbrio ou em algo próximo do que poderia sê-lo, mas, uma coisa que definitivamente morreu na minha concepção foi à questão sangue, não consigo encontrar sentindo na união pelo sangue, não nego que ela exista, mas o sangue pelo sangue não passa de fluido vital.                 Agarro-me agora ao que consigo crer como laço real, o afetivo, não consigo perceber que como o sangue seja inquebrável e eterno (mera il

A estrada

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                Peguei a estrada com tantas certezas, asfalto, vento, primeiros raios de sol da manhã, um horizonte agreste numa linha sem fim que me instiga. A cabeça numa mistura de lembranças, idéias e aspirações, não se fixa em nada, os olhos permeiam a realidade da direção e o turbilhão mental, estou em quinta os vidros baixos, não há sinal de vida, o barulho do vento tenta calar o som que sai do player, eu não pareço estar em nenhum lugar, divido entre o aqui o acolá, o hoje, o ontem, o amanhã. Meu pé pesa um pouco mais sobre o acelerador e o ponteiro do velocímetro acompanha com veemência, no meio de toda esta celeuma chega-me a pergunta: para onde estou indo?                                          Volto para o corpo, o vento incomoda e fecho os vidros, o som está muito alto num gesto automático abaixo, tento restabelecer certa ordem, ao menos ajustar ações e pensamentos. Sai completamente da rota, não sei exatamente onde estou o sol a pino brilha e aquece tremulando a vis

Impressões "Duas Cantigas"

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Vinte   horas e quinze minutos, mais ou menos por essa hora chego eu acompanhado de um amigo ao Museu da Casa de Farinha de Caruaru para assistir a um projeto musical chamado Duas Cantigas, concebido pelo músico caruaruense Valdir Santos. Antes de tudo começar vago pelo museu, observo fotos, artefatos, o ontem. Subo até o piso onde será realizado o projeto, vejo músicos em três níveis, diversos instrumentos percussivos, violões, um violoncelo, flauta doce, elementos que não são exatamente instrumentos, mas sinto que se tornarão.                 Com algumas pessoas já presentes, Valdir Santos abre a apresentação num bate papo descontraído, falando do que inspirou e motivou tudo aquilo, apresenta os parceiros e inicia o que seria uma grata surpresa para uma terça-feira rotineira. Arranjos criativos saltam-me aos ouvidos, numa mistura bem contemporânea de uma música brasileira, global, com nuances nordestinos, para dizer de onde vem. Voz e arranjos tornam todas as músicas extremamente

O mundo moderno e seus males

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                   Não sei se devo usar moderno ou contemporâneo, bem, voltando, as pessoas se encontram, acho forte dizer se encontram, as pessoas ficam, maravilham-se momentaneamente umas com as outras e naquele momento parece não existir mais nada, tudo acaba se suprindo, carências, desejos, medos, uma descarga instantânea de completude.                 Logo depois não sentem mais nada ou se sentem suprimem, assim surge o assunto recorrente, ao menos, nas minhas observações, em várias rodas de conversas: tantas pessoas reclamam de solidão, de não encontrar ninguém interessante, tanta gente sozinha querendo alguém, mas ninguém se encontra. Surgem os relatos: encontrei tal pessoa foi tão perfeito, trocamos telefone e ninguém ligou, fica cada um de um lado esperando ou ninguém espera nada e só reclama depois, fora os que ligam e são considerados carentes demais então não servem, logo, todos continuam nas suas buscas.                 Será que a contemporaneidade não se baseia em esta

3.4 - 19.09.2010

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Duas garrafas de vinho um chileno um argentino, queijos, damascos, risos, conversas de hoje, de ontem, do amanhã, afinidade....vamos embora....passaram 34 anos, uma aventura de momento, 123 km, mais um amigo, lugar inusitado, Famouse Grouse cowboy, pessoas inusitadas. A vida é mesmo fantástica, é nossa criação, basta que nos permitamos. Tudo bem existem conseqüências, mas quem precisa pensar nelas agora? A música que tocava era um pagode, pessoas por todos os lugares, toscas, normais, exóticas, todos os tipos estavam por ali, o lugar meio que parecia um labirinto, mas existia um swing compartilhado no ar, talvez na realidade eu estivesse com vontade que existisse. Eu, numa dança tímida, de um ritmo que não conheço bem, sinto olhares por todos os lados, relaxo, abstraio, fico propositadamente meio cego, brinco com amigos. Percebo ser percebido,   olhares trocados, fico na dúvida e um jogo de insinuações se inicia, tudo a uma distância longa, penso que não deva ser comigo, ando por