Convictas convicções

Há um tempo observo convicções com certo receio, para não dizer medo, cada percepção constatada me fragiliza de uma maneira que não sei muito explicar. Sinto e acredito, que somos feitos a partir das nossas convicções, estas são nossas máximas e absolutas verdades, ao mesmo tempo, é nossa maior venda, o que nos cega ou bitola, pois existem os meios termos.
Vejo pessoas lutando com suas convicões, querendo que estas sejam também do outro,  principalmente quando a imposição tem em si sua razão ética e moral, mas até que ponto vale a pena a mutilação do eu pela necessidade do outro ver oque se sente como certo.
Seja no ambito profissional, sentimental, social, na nossa vida como um todo, será realmente necessário o ataque, a força. Não teria uma maneira mas tranquila, por mais que sejá lenta?
Tudo emergencial, não podemos nem devemos esperar, se não compreendem, que enfiemos de guela a baixo, e assim, geramos sofrimento, desgaste, insucessos, pelo simples fato de ficarmos cegos por nossas convicções, que podem estar erradas, que podem não ter percebido todos os ângulos necessários para um decisão coerente.
Convictos e miupes, é assim que ficamos, é assim que somos, por toda uma vida ou por momentos aleatórios.
Nem tudo precisa ser a ferro, fogo e marteladas, porém, só o tempo e a vontade de mudar que pode garantir tal sabedoria, que nunca se completa, que sempre precisará de alguma coisa, de um novo aprender.
            Saber dói, demora, não é instantaneo, mesmo assim, não gosto da crença que precisamos sofrer para aprender, por mais que ocorra e faça parte da vida de todos nós, aprender sem dor é sempre melhor.
            Tento sempre refletir sobre minhas convicções, tento quebra-las, ver pelo ângulo do outro. Hoje consigo fazer esse exercício de uma maneira mas tranquila, mas nem sempre foi assim, mesmo hoje tenho meus insucessos, mas não desisto, não acho válido, nem coerente.

Ricardo Pereira,
Recife, 20 de março de 2012, 22:26

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