Valor, felicidade e vida

                Hoje me veio um pensamento constante, sobre o valor que damos a tudo na nossa vida, valor empregado em coisas que geralmente não conseguimos mensurar de forma precisa, pois simplesmente não temos medida.
                Quanto vale uma amizade, um amor, confiança, um ato de gentileza, um sorriso, um dia bom, ou até mesmo um dia nublado e chuvoso onde tudo pode parecer não ter dado certo?
Quanto vale nossa vida com tudo de bom e ruim que possa existir?
                Nesse nosso sistema, que aceitamos, e seguimos, como correnteza que não se vence, misturamos capitalismo, sentimentalismo, egoísmo e todos os ismos possíveis, numa grande sopa, na qual,  sabores se confundem, e cada dia mais, vejo pessoas, esquecendo sabores,  texturas, perdendo o que pode haver numa continuidade, na profundidade, nas descobertas e mutações que só o tempo traz.
                Não consigo achar que temos culpa, mas sei que participamos dessa disseminação de ideias, pois, seguir o fluxo é tão mais fácil, e dor não combina com felicidade, e tudo que queremos é ser felizes, porém, esquecemos que esta não se consegue como uma calça que se compra ou uma comida que se come, ou com um corpo que se consome.
                Felicidade na minha particularidade de olhar, acontece quando na continuidade de sermos, conseguimos ser por nós e pelo outro, quem realmente somos, tanto, que não há constância, pois na intermitência  do seu existir se constrói forças para buscar, para continuar, como combustível para viver, para além, creio que sua existência se completa, quando deixa de existir, e entendemos que na realidade, felicidade é viver. Joguemos esse modelo que nos imprimem na alma, esqueçamos essa tal felicidade, e vivamos.
                Simples, só que não, fomos moldados, e moldamos tudo ao nosso redor, mesmo que possamos pensar, não temos força para remar, a correnteza, vence, e temos que reinventar.
                Tudo dói, tudo fica vazio e as pessoas se perdem, me dou tanto valor, não dou valor a ninguém, valorizo o que não posso ter e desprezo o que pode me fazer bem, humano demasiado humano.
Ricardo Pereira

Recife, 27 de agosto de 2013, 23:17

Comentários

  1. Parafraseando: "Tudo dói, tudo fica vazio e as pessoas se perdem, uns "se dão" tanto valor, não valorizam ninguém, valorizam o que não podem ter e desprezam o que pode lhes fazer bem, humano demasiado humano."

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    1. O "me" por pensar que todos tem seus momentos de se achar mais.

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