Depois de um vazio


Buscando uma  inspiração, um respiração, uma transpiração, qualquer coisa que me faça sair de onde estou, uma impossibilidade de parada, apenas seguir  e ir além. Além daqui e de qualquer lugar, por vezes penso que um sinal possa me avisar dessa mudança, do inicio de todo esse novo que espero, mas a verdade é que não sei, a verdade é que não tenho certeza de nada, nem mesmo, do meu amanhã.              
Pensando assim em tanta incerteza meu eu se desespera, mas alguém que não sei ao certo e que me habita meio que se regozija, um quer continuidade lógica, e o implícito quer o novo incerto e imprevisível. Quem vai ganhar essa guerra onde nenhum dos dois tem poder de escolha, onde apenas as conseqüências das escolhas tomadas são caminhos prováveis. Talvez, si, porque, são as palavras da vez, as que gritam por dentro, sem respostas, deixando apenas um eco constante que me remete apenas ao destino, o limite que me para, me estanca.
Que caminho seguir, para onde ir? Sentado, pensando, tento encontrar uma saída, um lugar, no qual me sinta pertencer. Nada, apenas paciência, tudo que tenho tudo que me resta, para além, outros me dizem: tenha fé.
Esperança e crença são as muletas que me sustentam, um quadro na parede de uma foto montada em photoshop de um lugar que não existe,  uma ilusão, esperar e acreditar de forma paciente nessa verdade, pelo simples fato de ser a única coisa que me mantém, que me faz continuar.
Dê-me uma razão, segure minha mão, me faça sorrir e esquecer o que não serve, o que não presta, um momento bom que eu sinta para sempre, que valha a pena.

Sinto falta de pegar a crença,
De sentir de fato, sem o abstrato,
Sinto falta de sentir na razão,
Na real, na carne,
Sinto falta de boas noticias.

                Suponho que ninguém saiba como mudar, como fazer diferente, depois do vivido temos apenas a conjetura de que poderíamos fazer diferente, porém, nada concreto, apenas uma suposição, por mais que tentemos a exatidão fora dos cálculos não é um traço de humanidade.
                Resta-nos as horas, os dias, os anos, o tempo e a conseqüência das nossas escolhas.

Sérgio Pereira,
Caruaru, 14 de dezembro de 2010, 20hs.

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