Paixão é Art Nouveau


Paixões nunca são iguais, tudo muda de tempo e espaço, a única coisa que se repete somos nós como referência, mesmo que ninguém nunca seja o mesmo depois de uma paixão ou se pensarmos numa perspectiva maior, nenhuma pessoa permanece a mesma após o fim de uma relação, de um amor.
Mas quando apaixonados não pensamos em nada além do fruto da paixão, do que mesmo sem querer se faz lembrar ao simples ato de abrir os olhos quando nos acordamos. Sabores, toques, cheiros, visão, todos os nossos sentidos mudam, melhoram, nos dão uma dimensão tão prazerosa que nos perdemos, daí a ciência vem e diz que existe um prazo para paixão e que segundo a professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque. Ela diz: "seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses”, olhando desta  forma de uma maneira puramente química e fisiológica, onde o diencéfalo ou cérebro primitivo, comum a todos os mamíferos, intervém, através do hipotálamo, nos nossos desejos, fica tudo tão feio, tão sem graça, fico imaginado qual a relevância desta informação e se de fato devemos utilizar da mesma.
 Saber ajuda ou estraga?
Não tenho essa resposta, nem acho que um dia vá ter, mas tenho tido sonhos de uma vida tranqüila construída a dois, que em muitos momentos me ocorre como uma utopia, principalmente quando eu penso sobre o tempo, quando eu sinto que ele passa e cada vez eu o tenho menos, cresce então um medo de falhar, de escolher errado, de não saber o que fazer e de perder o que me resta de tempo, meio louco pensar assim, mas esse medo existe e vez por outra ele se faz presente. Tenho optado mais por sentir, por viver deixando a racionalidade escapar pelo meu teclado, como se este ato me deixasse vazio de pensar e repleto de sentir.
Sem respostas acho que o melhor é seguir,  quero esquecer a fisiologia, a racionalidade e tudo que tire a cor e o sabor único do momento agora, quero sonhar na esperança de realizar, e opto por acreditar que o melhor acontecerá, pois do contrário, tudo voltará a ser cinza, e nesse momento monocromia e minimalismo não combinam com o sentimento art nouveau instaurado.

Ricardo Pereira,
Recife, 08 de maior de 2011, 23:47.

Comentários

  1. Vou dizer um palavrão: C A R A L H O! perdão Rico!

    "quero esquecer a fisiologia, a racionalidade e tudo que tire a cor e o sabor único do momento agora, quero sonhar na esperança de realizar, e opto por acreditar que o melhor acontecerá, pois do contrário, tudo voltará a ser cinza, e nesse momento monocromia e minimalismo não combinam com o sentimento art nouveau instaurado."

    Notável pensamento! :) texto extraordinário.

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