Pés nas nuvens, cabeça no coração.


Quebrar barreiras, correr riscos, seguir caminhos não aconselháveis, sentir um medo racionalmente absurdo e ainda assim não seguir a razão, olhando de uma forma surreal,  seria como se um humano pudesse andar nas nuvens sem a certeza de por quanto tempo, imagino que seja uma sensação impar, mas ao olhar para baixo você percebe que pode cair a qualquer momento, um misto de sentimentos: excitação, prazer, medo, pavor, suspense. Ainda assim você continua caminhando, pára de olhar para baixo e faz de conta que o tempo não passará.
Há uma opção instantânea pelo olhar otimista, não quero perder toda essa novidade que é tão boa, tão inexplicavelmente boa. Esqueço propositadamente de qualquer possibilidade que me faça cair, pensar negativamente pode desativar a capacidade de andar nas nuvens, as especulações eclodem involuntariamente juntamente com sonhos, desejos e quereres.
A razão grita enjaulada querendo a todo custo ser ouvida, mas é abafada pela batida ritmada, quente e acelerada de um coração que acordou para uma realidade tão nova, tão livre. Rebelada contra a razão bombeia seu sangue com uma nova cor e calor por todos os lugares, deixando apenas a razão fria e só, por enquanto, sem chance de negociação.
Mas sinto que o equilíbrio não tarda chegar, como na lógica dos extremos num dado momento o meio faz-se inevitável.

Ricardo Pereira,
Recife, 13 de Abril de 2011, 22:59.

Foto by me no céu de África.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Coisas que tenho e sou

O tempo que se tem

O seu mundo é só seu